■ Programação marcada pela diversidade, vai de uma lenda do mangue beat à música barroca, e traz ainda uma nova voz da música angolana e um dos principais instrumentistas de cordas do país.
Porto Alegre, 28 de março de 2016 – Em abril, o Santander Cultural oferece uma programação de shows bem diferenciada. Dia 3, o violonista Nicolas de Souza Barros, considerado um exímio instrumentista de cordas, com seu violão de 8 cordas apresenta o recital Dança das Cordas. Dia 10, é a vez da cantora angolana Aline Frazão, um dos principais nomes da nova geração da música africana. Dia 17, FRED ZERO4, líder do Mundo Livre S/A, um dos mais brilhantes nomes da música brasileira, faz um show pensado especialmente para a unidade de cultura do Santander. Dia 24, o duo de música barroca formado pelas instrumentistas argentinas Dolores Costoya e Joelle Perdaens, que mostram sua música produzida com instrumentos de época, encerram a programação.
Doutor em Música, Nicolas de Souza Barros é um dos mais conceituados especialistas do país em instrumentos eruditos de cordas dedilhadas. Desde 1990, é professor de violão clássico na UNIRIO. Em 2014, lançou o CD Ernesto Nazareth por Nicolas de Souza Barros – violão de oito cordas, e em 2015, o CD Ravel e Debussy - Imagens. Neste recital, denominado Dança das Cordas apresenta obras de Francisco Mignone, Radamés Gnattali, Ernesto Nazareth, Maurice Ravel, Claude Debussy, Isaac Albeniz e Joaquin Rodrigo, entre outros.
Dia 3 de abril – Domingo
NICOLAS DE SOUZA BARROS
Recital, 18h, Átrio Erudito
Sobre Nícolas de Souza Barros
Doutor em Música (UNIRIO – 2008), Nicolas de Souza Barros é um dos mais conceituados especialistas do país em instrumentos eruditos de cordas dedilhadas, como o violão de oito cordas, alaúdes variados e guitarra barroca. Desde 1990, é professor de violão clássico e matérias conexas da UNIRIO, onde mais de uma dezena de seus orientandos tornaram-se posteriormente professores de instituições federais e estaduais de terceiro grau. Já se apresentou em diversos países europeus, latinos e norte-americanos, assim como nos principais centros brasileiros. Em 2014, lançou o CD Ernesto Nazareth por Nicolas de Souza Barros – violão de oito cordas, e em 2015, o CD Ravel e Debussy - Imagens, ambos com arranjos próprios para este instrumento. Em 2009, realizou 87 concertos (violão solo) na turnê do circuito SESC Sonora Brasil. Já trabalhou como músico convidado e arranjador em várias minisséries da TV GLOBO. Desde 2001, é o Diretor Artístico da Associação de Violão do Rio (AV-Rio), pelo qual tem ajudado a organizar centenas de eventos e três CDs coletivos. Entre 2003-2006, dirigiu a série Sábados Clássicos para o SESC do Rio de Janeiro. É comumente chamado para tocar com orquestras nacionais e lecionar em festivais de música no Brasil e no estrangeiro. Integra o conhecido conjunto de música antiga Quadro Cervantes deste a década de 1990, tendo participado de centenas de recitais e gravado dois CDs com este grupo. Já apresentou-se com a Orquestra Petrobrás, a Baltimore Symphony Orquestra (EUA), a Orquestra do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica Nacional (Niterói), a Academia Antiqua (uma das primeiras orquestras barrocas brasileiras), assim como a Orquestra da UNIRIO em várias ocasiões. Realizou estreias nacionais e mundiais de concertos para violão e orquestra de Francisco Mignone, Ronaldo Miranda (Concerto para Quarteto de 4 Violões e Orquestra), J. Orlando Alves, Mario Castelnuovo-Tedesco e Luiz Otávio Braga, também colaborando com ou estreando obras para violão solo de Edino Krieger, Pauxy Gentil-Nunes, Ricardo Tacuchian, Luiz Otávio Braga, Marcelo Rauta e Marco Pereira, entre outros.
Danças de Ernesto Nazareth
Ernesto Nazareth (1863-1934)
- Coração que sente (valsa) *
- Carioca (tango brasileiro) *
- Batuque (grande tango característico) *
Danças do Impressionismo francês: Maurice Ravel e Claude Debussy
Maurice Ravel (1875-1937)
- Pavane pour une infante défunte *
Claude Debussy (1862-1918)
- Dois Prelúdios (para piano)
- La puerta del vino (ritmo de habanera) *
- La Sérénade Interrompue *
Danças espanholas dos séculos XIX e XX
Isaac Albeniz (Suíte Iberia: Livro 1)
- Evocación * (combinação de elementos de
fandango e jota; Suíte Ibéria: Livro I)
- Tango * (España, Op. 165)
Joaquin Rodrigo (1901-1999)
- Fandango (das: Tres Piezas Españolas)
Isaac Albeniz (1860-1909)
- Bajo de la Palmera *
(tango; Cantos de España, Op. 232)
- Sevilla * (sevillanas; Suite Española, Op. 47)
*: Arranjo para 8 cordas de N. S. Barros.
Violão de oito cordas: Sergio Abreu, Rio de Janeiro, 2006.
Notas do programa
Trazida ao Brasil pela Corte Imperial em 1808, a valsa fincou raízes no imaginário nacional. Ouvimos dois estilos distintos: as valsas seresteiras de Villa-Lobos e Mignone, assim como a linguagem mais moderna de Radamés Gnattali. Um dos pioneiros da música brasileira, o pianista-compositor Ernesto Nazareth foi um dos primeiros a usar o termo "tango" para denominar o que se tornaria a sua principal forma composicional. Como compositor de valsas, foi fortemente influenciado por Chopin. Títulos de dança aparecem com certa frequência no corpus dos dois principais nomes do Impressionismo, Maurice Ravel e Claude Debussy. Em parte, isso pode ser explicado pelo estilo menos emotivo da nova estética, que evocava climas com o auxílio de títulos sugestivos, texturas, ritmos de dança e pequenas células melódicas características. Finalmente, o caráter essencial da música espanhola foi desenvolvido através da mescla do estilo dos ciganos com a música e os modos árabes nos séculos XVI-XVII, levando à criação do cante jondo e cante flamenco, ambos baseados em formas dançadas. Para fechar o programa, são apresentadas algumas das principais danças ibéricas, como fandango, tango e sevillanas.
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