Uma volumosa coleção de obras sobre cinema antes restrita a poucos deverá estar à disposição de todo o público gaúcho a partir da metade do primeiro semestre de 2009. A Biblioteca da Unisinos recebeu como doação o acervo particular de Luiz César Cozzatti, médico psiquiatra e crítico de cinema, falecido, aos 55 anos, em fevereiro de 2006. Apaixonado pela arte, Cozzatti foi um dos grandes colaboradores e membro, por muitos anos, da Comissão de Seleção do Festival de Cinema de Gramado. Em sua 34ª edição, recebeu uma homenagem póstuma. Também integrou o Clube de Cinema de Porto Alegre, colaborou com várias outras iniciativas na área de cinema e, como crítico, assinou textos em inúmeros jornais e publicações voltadas à área no Rio Grande do Sul, principalmente, no Jornal Zero Hora.Agora, através da ação de sua filha, Carolina Cozzatti, aproximadamente 5 mil obras farão parte do acervo da Unisinos e deverão estar à disposição dos usuários para consulta a partir de abril de 2009.
O texto abaixo foi escrito por Voltaire Danckwardt, coordenador do curso de Realização Audiovisual da Unisinos:
A Universidade recebeu a incumbência, da filha de Luiz César Cozzati, de ser a fiel depositária da biblioteca do crítico, falecido em 2006. Quando recebemos a notícia, que muito nos honrou, sequer imaginávamos o que continha esse acervo. Fui conferir, a convite das responsáveis pela Biblioteca da Unisinos, o conteúdo da doação. Tal convite demorou alguns dias devido aos processos de preservação, desinfecção e organização dos livros. Quando entrei na sala cercada de todos os cuidados com temperatura e umidade, e vi milhares de livros e periódicos, perguntei onde estava o acervo do Cozzati: “É tudo isso”, me disse a bibliotecária. Mais de 1,8 mil livros e 3,5 mil periódicos. Todos, sem exceção, de cinema. Todos muito bem conservados. Todos aqueles livros que eu havia lido, todos os que eu sabia que existia e, a imensa maioria, todos aqueles que eu nunca tinha ouvido falar. Me senti frente a um tesouro. Como um arqueólogo que descobre, em uma caverna, preservadas pelo tempo, pinturas rupestres, vasculhei as prateleiras. Algum tempo depois, a bibliotecária, gentilmente me disse: “Professor, desculpe, mas temos que sair, já é tarde”. Não vi o tempo passar. Ficaria, se pudesse, horas ali. É este o acervo do Cozzati. De valor incalculável para quem gosta de livros, para quem estuda cinema e para quem gosta de cinema. E, como se não bastasse, as críticas de cinema que ele, ao longo de sua carreira nos contemplou, cuidadosamente recortadas e organizadas. Material precioso para pesquisa.Pois é, Cozzati, teus livros estão em boas mãos, disponíveis e bem cuidados, como certamente desejavas. Nossos alunos vão beber nessa fonte, todos nós que sentimos tua falta vamos ler teus livros e críticas e vamos discutir, ainda muito, sobre cinema.
COMENTÁRIO ESPECIAL
Leia o que Carolina Cozzatti disse, após ler a matéria:
Maravilhosa tu ação Carolina, com certeza ele deve ter te aplaudido lá do céu!
ResponderExcluirUm grande abraço!!