
Eram tempos de lua nova. Nessa fase da lua, indica a astrologia, é tempo de dar início a um movimento, seja ele qual for, e concentrar as energias em um objetivo. Foi o que o santa-mariense Renato Seerig fez, em 1999: criou o projeto Wildlife (vida selvagem), trabalho que se tornaria, pouco tempo depois, sua marca registrada. Conhecido como o fotógrafo da vida silvestre, ele buscou na natureza uma nova direção para a sua vida. De 2006 para cá, Seerig resolveu fotografar o Parque Nacional do Iguaçu sempre à noite, apenas com a luz das diferentes fases da lua. O projeto inédito foi transformado na exposição 4 Luas, seu mais recente trabalho, que foi exposto em Santa Maria no início de dezembro.O projeto Wildlife, que completou 10 anos em outubro, arrecadou diversas histórias. O trabalho voluntário que desenvolvia na Turma do Ique, grupo de apoio a crianças e adolescentes com câncer, do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) e os conselhos do amigo e colega Fernando Bueno, foram os pilares que sustentaram e ainda mantêm a decisão de Seerig: criar um projeto social voltado à natureza para doar parte da renda arrecadada com a venda de imagens a centros de convivência que ajudem crianças a combater a leucemia.
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"Fernando disse que minha vocação era fotografar a natureza. Resolvi seguir o conselho. Costumo chamá-lo de dindo", brinca Seerig, 50 anos. Objetivo traçado, o próximo passo seria escolher que lugares gostaria de reproduzir por meio de suas lentes. Parques naturais sem presença humana, protegidos pela Unesco, eram o seu foco. Isso tudo sem sair da América Latina. O primeiro local a receber o fotógrafo santa-mariense foi a Península Valdés, na Patagônia Argentina, que ele visitou cinco vezes entre 1999 e 2005. Em 2003, o rumo foi o Parque Nacional Los Glaciares, na província de Santa Cruz, na Argentina. O local foi declarado patrimônio da humanidade em 1981.Lua cheia – Foi em Los Glaciares que Seerig teve a ideia do próximo destino.– "Eu pensei... e tem todo este gelo, um dia ele vai derreter. Aí, procurei as águas", diz Seerig.
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Escolheu o Parque Nacional do Iguaçu, e, quando contou a ideia de fotografá-lo à noite para o amigo Fernando Bueno, percebeu que esse trabalho marcaria uma nova fase em sua trajetória. Foi em setembro de 2006, na primeira lua cheia da primavera. Diz a astrologia que o que começa em períodos de lua nova pode atingir seu ápice na lua cheia. E Seerig parecia colher os frutos de sua escolha: "Fui atrás da luz da lua. Me perguntava: Que luz é essa?”. Esse projeto durou dois anos e meio. Foram 15 viagens e 150 madrugadas. "Primeiro, trabalhei no lado do Brasil e, depois, na Argentina", conta o santa-mariense. O trabalho inédito realizado por Seerig nas cataratas do Iguaçu rendeu ao fotógrafo mais de 400 imagens, feitas com a técnica da longa exposição – isso possibilitou o registro de detalhes que não se enxergam a olho nu. Hoje, o fotógrafo, que também deu aula por três anos na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), está dividido entre duas paixões. "O gelo e o mar. Tenho dois corações", brinca o santa-mariense.E a lua, independentemente da fase, Seerig garante que sempre vai acompanhá-lo. (
Fonte: Clic RBS. Texto: Silvia Medeiros).
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Que maravilha de trabalho! Mereces muito incentivo pra continuarnuares nos brindando com essas belezas! Parabéns
ResponderExcluirQue maravilhoso seu trabalho!
ResponderExcluirParabéns!!!
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