quarta-feira, 8 de abril de 2009

SOLIDARIEDADE: Almoço de Páscoa para as detentas do Presídio Madre Pelletier

Texto: Sabrina Ortácio. Fotos: Evelise Morais
Strogonoff, refrigerantes, bolo de chocolate, sorvete, balões e muitos presentes. Foi neste clima de festa que 28 detentas do Presídio Feminino Madre Pelletier puderam almoçar nesta quarta-feira (07/04), junto com seus bebês, no refeitório da Galeria A. O evento foi promovido com a colaboração de várias entidades, que todo o ano se dividem nas tarefas, para preparem uma refeição diferente para as moças e crianças do Pelletier em ocasiões especiais.
Depois do Buffet, uma a uma elas foram chamadas no microfone pelo nome pela professora Maria da Graça de Souza Horn, responsável pelas atividades pedagógicas desenvolvidas pelo UniRitter na penitenciária, para receberem roupinhas, brinquedos e fraldas para seus bebês. As doações foram realizadas por alunos, professores e funcionários que participaram da campanha Páscoa Solidária promovida pela Instituição no campus Porto Alegre. Cercadas de recém-nascidos e crianças com média de 1 aninho, as detentas, mães e gestantes, circulavam orgulhosas mostrando seus presentes e até fazendo algumas trocas dos mimos entre elas. “Saímos um pouco da rotina da cadeia e ficamos muito comovidas em saber que há pessoas lá fora que se importam com a gente”, afirmou Jussara de Oliveira, 29 anos, mãe de Bryan, de 5 meses, que está presa há 8 meses por assalto e tentativa de homicídio. A detenta Ana Cristina de Oliveira Mafalda, de 28 anos, também estava emocionada. “Apesar de minha filha Ana Vitória, de 1 ano e 8 meses, estar hoje fora do presídio, ela não foi esquecida, ganhei até uma roupinha para ela”, comemorou.
O médico pediatra conhecido pelas presidiárias como Dr. Renê aproveitou a ocasião para surpreender suas pacientes do Pelletier. Junto com sua esposa, ele fez um breve show de voz e violão cantando músicas religiosas. “Hoje é Dia Nacional da Saúde. E quero dizer para vocês que, além da saúde física, vocês precisam cuidar da saúde espiritual e buscarem ter paz no coração”, aconselhou ele.
Naiane Monteiro Flor, 20 anos, que chegava do hospital com a pequena Nicole, de apenas três dias de vida, nos braços, surpreendeu-se com a festa. “Que festa maravilhosa, nem parece um presídio”, declarou.


Já Letícia Nunes Alves, 20 anos, preferiu observar tudo com mais reserva. Ela era vendedora de roupas em uma loja de um shopping de Porto Alegre. Quando abriu a lembrancinha de sua filha Heloísa, de três meses, mostrou que entendia de tecidos e marcas de confecções.

Presa por ser cúmplice do marido traficante, ela não deixa a tristeza tomar conta e garante que este dia estava sendo um dos melhores dentro do presídio.

O almoço de Páscoa do Pelletier também contou com a presença das alunas de Pedagogia do UniRitter, da coordenadora do Curso, professora Ana Cristina Rangel.

Também participaram as voluntárias Bárbara Zebrowski, arquiteta funcionária dos Correios que há três anos ensina artesanato para as detentas, e Ângela Maria da Costa de Castro, corretora de imóveis, que realiza leituras de evangelização com as detentas da galeria A.

2 comentários:

  1. Parabéns pela matéria Sabrina!
    Grande Bjo da Leninha

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  2. Eu sou um ex detenta e estive nesta triste realidade e neste momento dou parabens a todos e quero me colocar a disposição pra contar um pouco da triste realidade de uma penitenciaria.
    Karinakitsune@hotmail.com

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