Com criatividade e poesia, o artista reaproveita madeira de árvores mortas para criar sua arte, que poderá ser vista de 13 de junho a 10 de agosto
Dia 13 de junho a Galeria Tina Zappoli abre sua temporada de exposições em grande estilo com a mostra de Itelvino Jahn, artista e designer de peças orgânicas, natural de Montenegro. Nos espaços da galeria estarão 30 peças de diversos formatos, desde pequenas obras de arte como as de grande formato, todas trabalhadas em madeiras de árvores gaúchas já mortas pela ação do tempo ou que tenham sido retiradas por outro motivo de seu espaço original, evidenciando a versatilidade de formas e possibilidades que a natureza oferece.
Na casa onde cresceu e ainda vive, diversas espécies de árvores, plantas e cactus lhe apontam a direção do olhar. Através do convívio com essa paisagem bucólica, Itelvino desenvolveu-se como artista autodidata, produzindo criações que respeitam o desenho orgânico que a peça apresenta, com o mínimo de interferência possível.
Suas produções têm como princípio básico o reaproveitamento da madeira de árvores localizadas em áreas urbanas e rurais. As árvores nativas e frutíferas do Rio Grande do Sul (cinamomos, plátanos, caneleiras, abacateiros, cerejeiras e laranjeiras, entre outras) são utilizadas como matéria prima das obras que buscam devolver essas vigorosas plantas ao convívio humano, de modo harmonioso e reflexivo.
Troncos ocos, semi-queimados, cingidos por arames e lesionados por pragas são bem vindos em seu ateliê. O artista consegue sua matéria-prima através doações de pessoas que já conhecem a sua atividade ou em incursões pelas florestas - numa etapa denominada por ele como “garimpo” -, ou, ainda, quando é informado por alguma secretaria municipal de meio ambiente sobre a queda ou retirada de alguma árvore condenada. Para Itelvino, as árvores são como as pessoas: cada cicatriz conta um pouco de sua história e, como tal, suas histórias devem ser consideradas.
Com o material em mãos, ele começa o processo de limpeza das partes deterioradas e nesta etapa já é possível perceber o potencial de forma destas peças de madeira. “Às vezes, esse processo dura dois ou três dias, até que a árvore se mostre por inteiro e que eu consiga perceber plenamente a sua beleza. Essa beleza pode estar no tronco contorcido, no movimento das raízes, numa falha ou fenda no caule... Depois que eu a identifiquei, corto os excessos e lixo, apenas isso. Muitas pessoas se surpreendem, mas o que faço é muito simples: eu torno essa beleza evidente”, explica.
Através do seu olhar apurado e sensível, Itelvino transforma as árvores em peças decorativas ou utilitárias. Boa parte de seu acervo será exposto na Galeria Tina Zappoli, espaço que privilegia a produção artística brasileira. Ele já expôs no Aeroporto Salgado Filho de 2009 a 2012, já participou de exposições coletivas em Mato Grosso (no Sebrae de Cuiabá) e em São Paulo, no espaço Arte do Hotel Hilton, com escultores e designers nacionais como Krajberg e Hugo França.
Serviço
Itelvino Jahn na Galeria Tina Zappoli
Abertura dia 13, às 19h
Exposição de 13 de maio a 10 de agosto de 2013
Visitação: de segunda à sexta, das 10h30min às 12h – das 14h às 19h30min
Sábados das 10h às 13h
Mais informações: http://www.brasilartegaleria.com.br
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